Só força de vontade não chega!!
Já disse muitas vezes que esta história de lidar com dinheiro envolve mudança de comportamento, pois na verdade o que prejudica as pessoas, não é o pouco conhecimento que possam ter acerca de finanças pessoais, mas sim o facto de se deixarem guiar puramente pelas emoções na hora de tomar decisões financeiras.
Já devem também ter reparado que pareço um disco riscado quando o assunto é esta coisa das emoções, mas não tenho outro caminho por onde seguir, é aqui que reside o grande segredo.
Mas hoje quero dedicar algum tempo a um certo tipo de pessoa que depois de entrar em contacto com este material de finanças pessoais, conseguiu fazer algumas mudanças significativas na vida, falo de conseguir eliminar dívidas, criar poupança, fundo de emergência, etc. Assim a primeira vista, podemos dizer que são casos de sucesso, mas eu pergunto, será?
Quero acreditar que grande parte o são, mas também existe uma parte que mesmo já não tendo problemas financeiros, eu não considero casos de sucesso. - Não sou "hater", continua a ler
É claro que em termos de números, em termos de matemática, podemos considerar todos um caso de sucesso, afinal são pessoas que dispõem de meios mais que suficientes para levarem uma vida confortável sem se preocuparem muito com dinheiro.
O que me traz alguma preocupação é que estas pessoas atingiram este patamar apoiando-se na força de vontade, ou seja, simplesmente decidiram cortar nos seus gastos e reprimir qualquer tentativa de consumismo.
Aí está o problema, é que estas pessoas vivem em negação. Reprimem a si próprias como forma de controlarem os seus gastos, e muitas das vezes não se acham merecedores de alguns caprichos, isso tudo em prol da sua situação financeira positiva.
O meu objectivo quando iniciei este blog, era ajudar as pessoas a levarem uma vida melhor, porém quando descubro que há pessoas que têm as contas organizadas a custa de "auto-opressão", isso não me deixa feliz.
Primeiro porque quem vive a limitar-se, dificilmente atinge altos pontos na vida, não se realiza, enfim não é verdadeiramente feliz.
Segundo porque, força de vontade ajuda numa certa fase, porém, por ser uma mera emoção, as vezes está mais forte e as vezes mais fraca, e quando está fraca a pessoa pode cometer erros que dificilmente os irá reparar.
Não quero ninguém que ande pelos cantos a repetir "não irei gastar, não irei gastar, não irei gastar", ou que tenha de evitar entrar em lojas que gosta, restaurantes, sair com amigos gastadores, longe disso, eu quero que as pessoas estejam livres e felizes. - Tal como as abelhas
A única forma de se ser livre, não é reprimindo sentimentos, mas sim, percebe-los e com os conhecimentos que ganhou acerca de finanças pessoais, encontrar uma forma alternativa de os satisfazer.
Aí é que vem a verdadeira competência financeira, que é quando não precisamos todos os segundos contar cada centavo, para ter a certeza que estamos a fazer a coisa certa com o nosso dinheiro.
Para mim, hoje em dia, só tenho que lidar com dinheiro uma vez por mês, só isso, ou seja, faço o meu orçamento, divido bem o dinheiro, e depois, tendo em conta que o meu orçamento foi feito com base a satisfazer todas as minhas necessidades, não tenho muito com que me preocupar. E também sei que se quiser mais de algo, tenho que sacrificar outra coisa. O que quer dizer que não vivo com 1001 restrições, logo não recomendaria isso a ninguém.
Quem me ouve sempre a falar sobre finanças pessoais, devem pensar que sou o "kakata número 1", mas se passar um dia comigo, vai perceber que eu raramente faço contas ao dinheiro que tenho, eu faço o que mais gosto, quando me apetece. Por isso que defendo que dinheiro traz felicidade sim, quando bem organizado!!
Até ao próximo episódio...
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